Filmes de Dezembro – 2013

Fiz a lista dos filmes assistidos em agosto e abandonei a brincadeira. Tentarei retomar aos poucos!

Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, 2013, direção de Francis Lawrence)

Entre todas as porcarias feitas para o público jovem, Jogos Vorazes chamou minha atenção. A primeira adaptação da saga não me empolgou muito, mas queria saber qual era a da sequência e uau, que bela surpresa. Passa longe daquela coisa mastigada e preguiçosa que foi seu antecessor. Fiquei tão presa ao filme que terminei ansiosa para saber o que vai acontecer no próximo. Em Chamas é um filme maduro, bem finalizado, e com críticas bem definidas. Não simpatizo nem um pouco com a personagem central, Katniss, mas confesso que perdi um pouco da minha noia com ela. E fiz as pazes com a Jennifer Lawrence, que estava detestando depois daquela palhaçada de O Lado Bom da Vida.

A Música Nunca Parou (The Music Never Stopped, 2011, direção de Jim Kohlberg)

É triste quando ignoram um filme tão sensível e bacana. Foi estrear só agora, dois anos depois de seu lançamento, e não deve ficar muito tempo em cartaz. É inspirado no livro “O Último Hippie”, de Oliver Sacks. Conta a história de um homem que fugiu de casa e é encontrado depois de 20 anos, debilitado e com um tumor cerebral. Filho único de um casal bem simples, o que parece ser um caso irrecuperável transforma-se em um conto sobre esperança quando o pai descobre um artigo sobre musicoterapia. Uma forma bacana de explorar a relação entre pai e filho, com uma trilha sonora que vale cada segundo do filme.

O Menino e o Mundo (idem, 2013, direção de Alê Abreu)

Não se engane com a explosão de cores em tela. Embora seja uma história para confortar o coração, passei parte considerável da projeção com o coração meio angustiado ao perceber do que se tratava. É uma animação sobre a vida – e ela provoca esse desconforto natural, mesmo quando não tem essa intenção. Não há falas, só imagens e música – aliás, que trilha! Pegando carona no longa comentado anteriormente, creio que foi um dos principais destaques deste mês em termos de uso de música. O Menino é encantador em todos os seus momentos, em poucos segundos você se envolve em sua saga de descobertas pelo mundo. As ilustrações parecem feitas de giz de cera e gosto particularmente das representações da sociedade e dos lugares por meio de diversas colagens desconexas. Me chamem de piegas, mas deu vontade de mergulhar na tela.

Azul é a Cor Mais Quente (La vie d’Adèle, 2013, direção de Abdellatif Kechiche) 

Sou sensível? Sim. Assisti durante a TPM? Também. Vocês podem até dizer que isso não existe, mas sou influenciável pelo meu estado de espírito. Já detestei filmes e precisei rever porque não estava de bom humor quando assisti. Apliquei distanciamento crítico para concluir que afora toda a polêmica, gostei bastante. Kechiche abusa dos closes mesmo, talvez o filme se prolongue mais que o necessário (embora eu não tenha considerado tão extenso assim), mas não tiro da cabeça que o seu primor está no ato de exibir a transição de Adèle. Sua tentativa de crescer como pessoa é dolorosa, ela não sabe bem como lidar com suas inseguranças e incertezas. Não menos importante, as duas atrizes centrais merecem todos os créditos por sustentarem tão bem a personalidade de suas personagens.

Depois de Lúcia (Después de Lucía, 2012, direção de Michel Franco)

Nunca antes na história deste país senti tanto ódio enquanto assistia a um filme. Sei bem que não há limites para a maldade humana, mas em Depois de Lúcia ela atinge níveis absurdos. Alejandra acaba de mudar de cidade com o pai, na tentativa de iniciar uma nova vida após a morte de sua mãe. O pai sofre horrores com a perda, ela tenta sustentar a angústia para dar forças a ele. Na escola ela tenta se enturmar, até o dia em que viaja com um grupo de colegas e transa com um dos meninos. Ele filma a cena e vocês já imaginam o que acontece. Estamos o tempo todo falando sobre casos de bullying e de revenge porn, o que aumenta a importância desse longa. Tem que ter estômago para encarar as maldades desses “colegas” de Alejandra, e o final é surpreendente.

Amor Bandido (Mud, 2012, direção de Jeff Nichols)

Gostaria de declarar aqui todo o meu amor por Jeff Nichols. Dentro da minha humilde lista (vi pouca coisa em 2013), ele entrou no hall dos favoritos. Amor Bandido começa com ares de suspense e aos poucos desenvolve um drama delicado. O enredo é de teor denso e fala de problemas do coração, mas o faz com sutileza. Eu, que gosto dessas coisas exageradas que fazem chorar, acabei me envolvendo com essa abordagem. Matthew McConaughey está maravilhoso e só reforça o fato de que é um grande ator. Fiquei apaixonada por Tye Sheridan, que menino gracioso! Não dá para não se encantar ao vê-lo tomando as dores de Mud com uma naturalidade inesperada para alguém tão jovem. Uma pena que esse filme também tenha passado despercebido em meio a tantas estreias de fim de ano.

Muito Barulho por Nada (Much Ado About Nothing, 2012, direção de Joss Whedon)

Confesso que não estava muito animada com a proposta, mas tenho uma queda por filmes em preto e branco. É adaptação de um texto de Shakespeare e sim, o diretor adota o texto original. Entrei em pânico pensando que seria um amontoado de frases decoradas, mas felizmente isso não acontece. Gosto do tom teatral da adaptação, mas creio que teria funcionado melhor se não trouxessem a história para tempos atuais. A Anica já comentou sobre ele e destacou esse ponto. Ademais, deu saudade das madrugadas assistindo Buffy e Angel (me deixem, já fui jovem). E vocês vão me matar se eu destacar a trilha sonora mais uma vez?

Álbum de Família (August: Osage County, 2013, direção de John Wells)

Tenho uma irmã que nunca vai ao cinema e nem procura filmes “alternativos”, mas se você fala em filme de Oscar, ela até corre atrás. Por outro lado, eu tenho a maior preguiça do mundo para o gênero. A galera entendida de cinema que me perdoe. Sorte que nunca é tarde para se surpreender, e Álbum de Família entrou na lista de produções que merecem atenção. Meryl Streep continua maravilhosa. Ao mesmo tempo que eu me sentia condoída pelo seu desgosto com a vida, sentia vontade de meter a mão na cara da personagem. Aliás, esses mixed feelings são a melhor coisa do filme – o humor negro te faz rir e chorar na mesma sequência.

O Amor Não Tira Férias (The Holiday, 2006, direção de Nancy Meyers)

Assumo o atraso, nunca tinha assistido. Maior filme de sessão da tarde não há, mas estava ali dando sopa na minha animada última noite de 2013 e resolvi dar uma chance. Você já sabe como vai acabar nos primeiros minutos (sem contar que essa prática pôster-spoiler já virou moda), é bobinho, mas é uma boa pedida para passar o tempo. E tem o Jude Law, me desculpem, ainda gosto muito dele :P

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