Especial Paris, parte 2 – Como se movimentar pela cidade

Paris Métro - estação École Militaire, da linha 8. Movimento atípico - era feriado.

Ao meu ver, este post será interessante, em especial, para pessoas que não moram em cidades grandes. Se nas grandes cidades há opções entre ônibus, metrô e trem, em outras o transporte público se resume ao serviço de ônibus. Em Paris, o transporte público é amplo, bastante eficiente e organizado.

O mais conhecido pode não ter um odor dos mais agradáveis e permanecer lotado em boa parte das estações. Mas funciona bem e é rápido. Quem circula diariamente no metrô de São Paulo não terá muitas dificuldades para entender o funcionamento. Provavelmente, levará um susto ao se deparar com a quantidade de linhas – foi o que aconteceu comigo. No início parece um tanto confuso, mas logo no segundo passeio tudo fica mais simples.

O Paris Métro ou Metropolitain foi inaugurado em 1900, e hoje conta com 16 linhas e 5 conexões com o sistema RER de trens – este aprimorado na década de 60 para um bom desenvolvimento com as conexões com o metrô. O Paris Metró cobre toda a cidade, e boa parte das linhas permite baldiação. Ou seja, ninguém precisa procurar uma única estação para fazer inúmeras conexões. Quem quiser matar as saudades da Sé, em São Paulo, deve passar pela estação Chatêlet, sempre bastante movimentada.

Antes de começar, lembrem-se: Paris é um caracol. A fama não é mero charme. No lugar dos bairros, a cidade tem arrondissements. As regiões da cidade “dão voltas”. Não pensem em um labirinto, pois isso fica melhor visto do que escrito:

Paris Métro – Como faz?

Metrô + Linhas de trem. Pouca coisa, não?

Para transitar, o sistema funciona mais ou menos como o metrô de São Paulo. Você deve se orientar pelo destino final de cada linha. Em um exemplo mais simples, se você está na estação Gare de Lyon e quer descer na Georges V para sair no meio da Champs-Élysées, deve pegar o trem no sentido La Defénse, última estação da linha 1. Em um exemplo um pouco mais complexo, uma das opções para ir a Montmartre é descer na estação Abbesses, na linha 12. Saindo da Gare de Lyon, deve-se pegar o trem com direção à La Défense, na linha 1. Depois, descer na Concorde para fazer a conexão e procurar o destino para a estação Porte de la Chapelle, na linha 12, para descer, enfim, na Abbesses.

E aí é importante ressaltar: ao pedir informações, a resposta sempre será guiada pelo número das estações. Digo isso porque quando pedia informações em São Paulo, as respostas sempre me guiavam pela cor das linhas. E acreditem, em Paris, o ideal é se guiar pelos números mesmo, para não se confundir com as variações das cores.

Os pontos mais conhecidos da capital francesa são identificados abaixo do nome da estação. Por exemplo, na linha 11, ao descer na Rambuteau, o nome Centre Georges Pompidou aparece logo abaixo. Para sair das estações, basta orientar-se pelas placas. As informações costumam ser bem claras, basta seguir sem medo!

Agora preparem as pernas para um pouco de exercício físico. Devido ao tempo de vida do sistema, há muitas escadas, poucas escadas rolantes e bem, nem preciso falar dos elevadores. Felizmente, algumas reformas têm sido feitas, pensando na acessibilidade. As linhas mais novas, como a 14, já apresentam tudo isso.

Mapas

Nos quiosques de informação de muitas estações de metrô, você pode adquirir mapas da cidade, do metrô e das linhas de trem. Existem opções para todos os gostos e dos mais variados tamanhos. Há até uma versão pocket. E não precisa pagar. Também é possível encontrá-los em quiosques de informação espalhados pela cidade. Recomendo um mapa que além das indicações das ruas, mostre o mapa do metrô. Fica mais fácil para localizar a estação mais próxima do seu destino.

Onde adquirir os bilhetes?

O bilhete comum, para circular apenas no Paris Metró, custa  €1,70. Para adquiri-lo, além dos guichês, existem caixas, como estes de bancos que temos no Brasil, onde você pode comprá-los rapidamente. E o melhor – sem incomodar ninguém e ter que pedir informações. O bilhete único (paulistas, não confundam com o cartão de ônibus de São Paulo) aparece na primeira opção. Importante: a máquina só aceita cartões de crédito e moedas.

Existem outras opções, como os cartões Paris Visit e Navigo, a antiga Carte Orange. Eu andava muito a pé, logo, prefiro deixar uma dica aos interessados. Este post do Conexão Paris explica bem como funcionam, como adquiri-los, e também mostra os diferentes preços.

Não se desfaça do seu bilhete

Outra coisa importante é não se desfazer dos bilhetes. Quando você passa pela catraca, a máquina o devolve e você deve mantê-lo guardado até sair do metrô. Ocasionalmente acontece alguma fiscalização dentro dos trens, e os policiais pedirão para apresentar o bilhete. Ele também serve para permitir sua passagem para algumas conexões. É o caso da linha 1 da Gare de Lyon. Para chegar à linha 14, é preciso passar novamente pelas catracas. Se você jogar seu bilhete fora, terá que utilizar um novo. Pensem na despesa.

E acreditem, o transporte público está cheio de pessoas “espertas”. Coloco desta forma porque prefiro maneirar nas palavras. Como em toda cidade grande, é preciso tomar cuidado com os seus pertences. E não é difícil observar pessoas que seguram a catraca e deixam mais 3, quatro pessoas passarem sem pagar. Quem está sozinho, às vezes, pula a catraca.

Existem até mesmo aqueles que empurram a porta da saída, ou pedem para alguém segurá-la, e passam por ali mesmo. Não estou escrevendo isso para dar ideias, apenas para alertá-los caso alguém os peça ajuda para fazer uma das atividades citadas acima. Pois sempre acontece, e a frequência aumenta quando percebem que você é um ingênuo passageiro. Tenham cuidado. Todas as estações são equipadas com câmeras. Não me apetece a ideia de ameaçar o passeio ao cair nas mãos da fiscalização. Fiquem espertos!

Outras opções

É sempre bom olhar o mapa antes de sair de casa e conciliá-lo com o roteiro. Minha dica é baixar o mapa na internet e preparar o roteiro tendo-o como base. Muitos dos pontos turísticos são próximos, e dá para ir a pé sem se perder. Você poupa dinheiro com transporte e ainda pode aproveitar as paisagens durante o caminho. Como expliquei acima, você se localiza pelos arrondissements. Com exceção dos mais afastados, a cidade é plana. Dá para andar bastante sem se fatigar.

Quem gosta de bicicletas pode utilizar as Velibs – um projeto que conheci um pouco tarde e admiro muito. Mais uma vez cito o Conexão Paris. Este post consegue explicar melhor que eu como utilizá-las.

E amanhã, o “pedaço” mais saboroso do especial – a terceira parte é toda sobre comidas!

3 comentários sobre “Especial Paris, parte 2 – Como se movimentar pela cidade

  1. Lidy, quantas linhas, né! Esse negócio de diversificar as maneiras de chegar a um lugar é o que estão tentanto, tardiamente, fazer aqui também. Da linha verde para a vermelha hoje só é possível ir fazendo transferência nas estações Paraíso e Sé, futuramente será possível ir também pelas estações Paulista e República da linha amarela.

    E com tanto metrô, como ficam os ônibus em Paris? Tem poucos, já que são tantas linhas de metrô?

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