Se vocês jogarem “Besançon” no Google, não vão encontrar muitas informações. Se você não fala francês, então, um abraço. O site oficial da cidade é bem completo, mas para os gringos pouco familiarizados com a língua local deve ser uma tortura. Vou fazer um post falando sobre a cidade em tópicos, com aquelas informações básicas dos guias.
Para começo de conversa, a França tem 26 regiões administrativas (se alguém se interessar posso fazer um post só explicando as divisões administrativas do país). Cada região é dividida em departamentos. No momento estou em Franche-Comté, região dividida em quatro departamentos: Doubs, Jura, Haute-Saône e Territoire de Belfort. Besançon fica no Doubs, que por sinal é um rio que passa pela cidade e é lindo. Até dá para dizer que seria o nosso Rio Sena, mas ele é mais limpinho. A água é de um verde lindo, não me canso de olhar toda vez que passo por lá (a escola fica pertinho da margem).
Em tópicos, vamos comentar alguns fatos interessantes sobre a cidade:
– A cidade tem 245 092 habitantes. Isso mesmo, Lidyanne de volta às origens de vida ao interior! Quem nasce aqui é chamado de bisontin. Ou bisontine, caso seja mulher.
– Besançon é uma senhora de idade. A primeira pessoa a escrever sobre sua existência foi Julio César, que a batizou, no período (1058), de Vesontio. No século IV, o nome foi adaptado para Bisontion. Besançon só foi oficializado em 1243 (só, risos).
– Ao longo do século XVI e até o início do século XVII, O local esteve sob domínio da Espanha.
– Seis pontes cortam o rio Doubs. O que é mais interessante sobre isso? Bom, tem vários bancos espalhados pela margem para quem quiser aproveitar um dia de sol. Também tem várias pistas para corrida. E mesmo fora dessas pistas é possível ver pessoas correndo em diferentes horários do dia, seja bem cedinho, na hora do almoço, ou de noite. Há várias ciclovias sinalizadas. Ciclistas vivem em harmonia com carros e com o transporte público por aqui.
– Um ponto a se destacar: além dos ônibus, existe um sistema de tramway, que seria uma espécia de metrô de superfície. Muita gente, ainda assim, opta pelas bikes, mesmo quando está nevando. A cidade tem uns horários de trânsito carregado também.
– O destaque entre os turistas é a Citadelle de Besançon. Uma espécie de fortificação construída em torno da cidade. É uma construção bem antiga, então vale a visita!
– A região como um todo é conhecida pelos queijos – falarei sobre eles em breve – alguns são produzidos apenas na região de Franche-Comté. O Mont d’or, por exemplo, só pode ser comercializado em um determinado período do ano. Falarei sobre eles em breve – são tantos queijos que eles merecem um post só para eles, juro.
– Também vai ter um post só para falar sobre os vinhos. A região de Jura produz um vinho que só é vendido por aqui, de gosto bem particular. Classificado, principalmente segundo os locais, como aquele tipo de bebida que ou você ama ou odeia. Não tem meio termo.
– No comecinho de “O Vermelho e o Negro”, de Standhal, o jovem Julien Sorel mora em Besançon, onde faz seu seminário.
– Ainda aos apreciadores de literatura: aqui é a cidade natal de Victor Hugo. Isso mesmo, autor de Os Miseráveis. A casa da família foi transformada em museu.
– Como toda boa cidade de interior europeia, tem catedral pra mais de metro. Se você não é uma pessoa religiosa, vale conhecer mesmo pela arquitetura. Estruturas antigas foram preservadas e é tudo monumental, merecedor de um olhar mais aprofundado.
– Besançon possui um relógio bem famoso, localizado na Catedral Saint-Jean. Aproveitando a deixa, vale dizer que temos aqui o Museu do Tempo. Garantia de perspectivas muitas bonitas da cidade por ali.
– Aos fanáticos por Paris, a viagem de carro até a “cidade luz” leva 3h44. Ou seja, dá para visitar outros lugares mais próximos e tão interessantes quanto Paris, como Dole, Colmar, Dijon, Lyon e Strasbourg.
– Não tem aeroporto. Mas possui duas estações de trem. Quem preferir uma opção mais cômoda deve escolher como destino final “Besançon-Viotte”, localizada no centro da cidade.
– Amigos da imprensa: o jornal local se chama L’Est républicain. A linguagem dele é BEM popular, é uma espécie de folhetim nada formal. O canal televisivo local mais conhecido é o France 3 Franche-Comté, que também guarda suas semelhanças com o Brasil: tem noticiários o dia todo e novelas no começo da noite. Ah, por aqui o público infantil ainda tem força e as emissoras costumam exibir desenhos animados pela manhã.
– Na França, ser uma cidade do interior não é desculpa para falta de cinemas. Besançon tem três. O Pathé-Gaumont (uma rede bem famosa no país, o equivalente ao nosso cinemark) e o Mégarama, que recebem o circuito comercial, e o Victor Hugo, que seria um cinema “indie”, voltado à produções independentes.
– Como já comentei em outros posts, eles são bem fiéis aos horários de funcionamento. Normalmente nada abre no domingo. Quando abre, assim permanece por 4 horas – horários que normalmente são picados, então vale confirmar antes de ir. Na segunda, boa parte dos estabelecimentos só funciona a partir das 14h.
– Franche-Comté fica coladinho na Suíça. De carro, a viagem de Besançon à Genebra leva por volta de 2h15.
– As estações aqui são bem acentuadas – verão muito quente, inverno rigoroso. Dizem que não costuma nevar, mas peguei alguns dias de neve constante no fim de janeiro e comecinho de fevereiro.
Delícia ler a respeito de Besançon! me transportei com seu texto Lidyanne e por alguns momentos estive bem aí! Parabéns !!!
Republicou isso em Lidy com isso.