when we were teenagers

…we wanted to be the sky. now all we wanna do is go to red places and try to stay outta hell.

O tempo não afaga. Pelo contrário – não possui piedade alguma. Quanto mais passa, mais reaviva certas marcas do passado. Sempre por meio de um procedimento que fere até mesmo os mais fortes de espírito. Há coisas que ficam, e dificilmente é possível apagar. Mas há outras que, embora doam, esboçam o caminho de volta acompanhados por uma inofensiva nostalgia.

Colors and the kids contrapõe minha atualidade com aquilo que fui em um 2005 esquecido. A sensação de distanciamento é a mesma, mas nada é se compara à despreocupação de alguém que pouco sabia sobre a vida. A mim bastava ter uma oportunidade para fotografar objetos, paisagens, ou mesmo crianças brincando com pétalas de flores para me esquecer por completo dos compromissos.

Em poucos segundos a canção me transporta à esperança contida dos anos idos. É possível sentir o tilintar interno ao pensar que, embora invadida por singelos sonhos, tudo parecia factível. Colors and the kids resume, hoje, minha letargia perante uma realidade imutável.

Matei o Música de Terça por uma boa causa. O blog é pessoal, e o intuito é ter liberdade para escrever o que me vier à mente. É horrível ter um dia único na semana para falar sobre música, ter que escolher uma canção específica ou uma banda. Prefiro ligar a faixa de trilha sonora à uma sensação.

Ausente de pretensões, espero despertar algo mais sensorial em possíveis leitores. Chega de segmentos, regra de dias para postar. Quero oferecer a possibilidade de tocar a música não apenas com os ouvidos. Já pode sonhar em paz?

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